Prepare-se, restaurateur. Se você ainda vive na Idade da Pedra da gestão de pessoas, a Geração Z chegou para chutar a porta do seu estabelecimento e virar a mesa. E não, eles não vão pedir licença. A verdade é que muitos de nós estão passando por um processo de luto. Não pela perda de um ente querido, mas pela morte lenta e dolorosa de um modelo que simplesmente não funciona mais para a nova força de trabalho.
Vamos ser francos: a Geração Z não é a Geração X, Y ou qualquer outra letra do alfabeto que você tentou encaixar nas suas planilhas de RH. Eles nasceram com um smartphone na mão, um propósito na mente e pouca paciência com carreiras lineares e pouco flexíveis. E se você acha que um salário no quinto dia útil é o ápice da felicidade, sinto informar: você está perdendo a corrida antes mesmo de largar.
É hora de encarar a realidade, por mais amarga que ela seja. Seus talentos estão vazando para outros setores, para o freelancing , para qualquer lugar que ofereça mais do que um contracheque e um tapinha nas costas. E a culpa, meu caro, não é deles. É sua. Ou melhor, do seu modelo de gestão que insiste em ignorar as novas regras do jogo.
Vamos dissecar essa tragédia em cinco atos, os famosos estágios do luto, e ver em qual deles o seu restaurante se encaixa. Alerta de spoiler: a maioria ainda está nas fases mais dolorosas.
1. Negação: "essa Geração Z é preguiçosa e não quer trabalhar!" Ah, a doce ilusão da negação. Você continua acreditando que alguém tem que “abrir os olhos” desta geração Z e que as coisas não poderão funcionar para sempre assim. Ainda não conseguiu enxergar a mudança de paradigma e se recusa a acreditar que o problema não é a Geração Z , mas sim a sua incapacidade de se adaptar. Você se agarra à ideia de que "no meu tempo era diferente", como se o tempo tivesse parado só para o seu negócio. Melhor acordar! O mundo mudou, e com ele, as expectativas de quem está entrando no mercado de trabalho.
2. Raiva: "eles só pensam em TikTok e não valorizam o esforço!" A raiva é a fase em que a frustração transborda. Você reclama que eles não querem fazer hora extra, que pedem flexibilidade, que trocam de trabalho como quem troca de meias. Você critica as preferências, os valores e o estilo de vida da Geração Z. "Eles são mimados", "não têm resiliência", "só querem tudo fácil". A verdade é que essa raiva é um escudo para a sua própria insegurança. Você está com raiva porque eles não se encaixam no seu molde, e isso te força a questionar tudo o que você sempre acreditou sobre o trabalho. Dói, eu sei. Mas a dor é o primeiro passo para a mudança.
3. Barganha: "se eu for menos exigente, eles ficam, né?" Se eu treinar eles, der muita palestra e educação eles vão entender! Na barganha, você tenta fazer acordos, pequenas concessões, na esperança de que tudo volte ao "normal". Você oferece um bônus aqui, uma folga ali, mas sem realmente mexer na estrutura. Ou seja, faz mais do mesmo e ainda espera que tudo mude.
É como tentar apagar um incêndio com um copo d'água. A Geração Z não quer migalhas ; eles querem uma fatia do bolo. Eles buscam um pacote de benefícios que seja realmente competitivo, que seja cada vez mais parecido com o que se tem nos aplicativos como Uber e de delivery. Eles querem flexibilidade, bem-estar financeiro e oportunidades reais de crescimento. Se você acha que um "vale-coxinha" vai resolver o problema do turnover, sinto informar: você ainda está na pré-escola da geração Z.
4. Depressão: "não tem jeito, o setor de food service está fadado ao fracasso." A depressão é o estágio mais perigoso. Você se sente impotente, desmotivado, e começa a acreditar que não há solução para o problema. O turnover aumenta, a qualidade do serviço cai, e você se afunda em um ciclo vicioso de desespero. "Ninguém quer trabalhar em restaurante", você repete, como um mantra. Mas a verdade é que as pessoas querem trabalhar, sim. A nova geração não busca apenas um emprego, mas um ambiente que entenda suas prioridades de vida, que atenda às suas necessidades e que ofereça uma remuneração alinhada aos desafios do presente, e não do passado A depressão é um sinal de que você precisa de ajuda. E a ajuda está aí, batendo na sua porta.
5. Aceitação: "ok, a Geração Z é o momento. O que eu faço agora?" Parabéns! Você chegou ao estágio da aceitação. É aqui que a mágica acontece. Você finalmente entende que a Geração Z não é o problema, mas a solução. Ela só não é óbvia e não permite mais repetir as receitas que você sempre fez. É hora de digitalizar, simplificar processos, abraçar soluções de tecnologia que deixam o trabalho do colaborador mais simples, e inovar na forma como você incentiva os seus funcionários. Abrace soluções como o pagamento sob demanda ou gorjetas instantâneas, que dá autonomia e liberdade para seus colaboradores. É hora de construir uma cultura que valorize o propósito, o desenvolvimento e a autonomia . É hora de parar de reclamar e começar a agir.
O Futuro é agora: não fique para trás Seu restaurante não pode se dar ao luxo de ficar preso nas fases iniciais do luto. A concorrência está se mexendo, e os talentos da Geração Z estão de olho em quem oferece mais do que um emprego: eles buscam uma experiência. Entender o novo comportamento, implementar ações e soluções inovadoras é a única forma de acompanhar e não perder esses talentos para outros setores, empresas e mercados. A escolha é sua: continuar chorando pelo leite derramado ou se levantar e construir o futuro do seu negócio. A Geração Z está esperando. E eles não vão esperar para sempre.
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