Busca por benefícios de gestão financeira deve ocupar cada vez mais espaço nas agendas corporativas.
Busca por benefícios de gestão financeira deve ocupar cada vez mais espaço nas agendas corporativas.
Especialmente depois da pandemia, nunca se falou tanto da importância dos cuidados com a saúde mental. No ambiente corporativo, ações para lidar com o aumento do número de afastamentos motivados por burnout já são prioridade dentro de muitas áreas de Recursos Humanos. A partir desse contexto, quero te fazer uma pergunta: como anda a saúde financeira dos seus colaboradores?
A Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), realizada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), mostrou que, em outubro de 2022, oito em cada dez famílias brasileiras tinham dívidas a vencer. Esse é o maior nível já atingido por esse indicador.
Já um levantamento promovido pela International Stress Management Association no Brasil (ISMA-BR) em 2019 apontou que para 78% dos entrevistados, as incertezas financeiras são a principal causa de estresse e preocupação. E mostrou mais: o estresse financeiro pode levar a problemas na atenção e na memória.
Paralelamente, pesquisa recente realizada pela Great Place to Work (GPTW), mostrou que 96% dos profissionais de RH acreditam que colaboradores com mais dificuldades financeiras são menos produtivos.
A análise conjunta de todos esses dados mostra uma tendência para as empresas que querem manter suas equipes produtivas e saudáveis. A busca por benefícios de gestão financeira deve ocupar cada vez mais espaço nas agendas corporativas.
A grande questão é: quais benefícios podem efetivamente melhorar a saúde financeira dos seus colaboradores?
A pesquisa da GPTW também mostrou que 32,8% das empresas consultadas oferecem apoio na educação e na gestão financeira de seus funcionários, através de palestras, webinars e conteúdos sobre esse tema.
É inegável que dar acesso a informações de qualidade é importante para que as pessoas consigam tomar melhores decisões financeiras. Mas será suficiente? Depois de assistir a uma palestra de educação financeira, por quanto tempo uma pessoa lembrará do que aprendeu?
Quando o orçamento apertar e faltar dinheiro para pagar o remédio de um filho que ficou doente nos últimos dias do mês? Que diferença vai fazer ter participado de um webinar que explicou que os juros do rotativo do cartão são os mais altos do mercado se não tiver outra opção disponível?
O meu ponto aqui não é deslegitimar as ações de educação financeira. O que eu estou questionando é o quanto saber responder um questionário de educação financeira significa efetivamente estar preparado para tomar melhores decisões financeiras.
Aqui no Brasil, o surgimento da primeira geração de fintechs, o aparecimento das contas digitais e a multiplicação de investimentos com menor ticket de entrada levaram a uma maior democratização do mercado financeiro.
Na prática, isso significa que nunca se falou tanto sobre dinheiro e investimentos, como acontece hoje. E que nunca a população brasileira teve tanto acesso a esse tipo de informação. Não é difícil comprovar isso. Você certamente segue pelo menos um influenciador digital que traz dicas de educação financeira e de como investir.
A terceira edição do FInfluence, estudo realizado pela Anbima em parceria com o IBPAD (Instituto Brasileiro de Pesquisa e Análise de Dados), mostrou que os 255 perfis de influenciadores digitais financeiros mapeados totalizavam 94,1 milhões de seguidores em junho de 2022. Esse número é 27% maior que os 74 milhões de seguidores contabilizados na primeira versão da pesquisa, em fevereiro de 2021.
Mas mesmo recebendo as informações que antes eram restritas apenas a pequenos grupos, o fato é que as brasileiras e os brasileiros seguem endividados e reféns da cultura do parcelamento. Vale destacar que em outros países sequer existe a opção de comprar um celular ou eletrodoméstico em 12 vezes sem juros no cartão de crédito.
Não podemos esquecer também que a taxa básica de juro do Brasil (de 13,75% ao ano) é a terceira maior do mundo, perdendo apenas para Argentina (69,50%) e Turquia (14%), de acordo com dados de agosto de 2022. Isso significa que os próprios produtos de crédito brasileiros não contribuem com a melhora da saúde financeira da população.
Diante desse cenário tão complexo, qual seria então a alternativa para as empresas que querem investir em benefícios que efetivamente contribuam com a saúde financeira de seus funcionários?
Na Quansa, nós acreditamos que as empresas precisam ir além da educação financeira. Não basta ter acesso à informação. O que muda o jogo é ter acesso à informação certa, na hora certa.
Outro ponto fundamental é ter melhores opções para colocar esse conhecimento em prática. Isso significa ter acesso também a soluções e produtos financeiros mais justos e adequados à necessidade do momento.
Em 20XX, eu estive no Peru para trabalhar em um projeto voluntário para levar educação financeira para pessoas de baixa renda. Nessa minha vivência, um questionamento começou a tomar conta de mim: por que as pessoas tomam uma decisão financeira A e não B? Que fatores influenciam as escolhas que fazemos?
As Ciências Comportamentais vêm tentando trazer respostas para essa minha pergunta há pelo menos um século. A premissa comum é que não somos tão racionais quanto gostaríamos na hora de tomar decisões financeiras, ao contrário do que alguns economistas mais tradicionais acreditam.
A conexão entre as análises econômicas e psicológicas na tomada de decisão individual foi o que levou os psicólogos israelenses Daniel Kahneman (Nobel de Economia em 2002) e Amos Tversky e o economista norte-americano Richard Taller (Nobel de Economia em 2017) a inaugurarem os campos teóricos da Economia Comportamental e das Finanças Comportamentais.
Um dos conceitos mais importantes criados por Taller, em parceria com Cass Sunstein, é o de nudge. Em português, essa palavra significa aquele empurrãozinho que faltava antes de você tomar uma decisão. Quer ver um exemplo?
Quando você vai pagar a conta na farmácia e escuta da pessoa que está no caixa a pergunta "CPF na nota?", esse é um exemplo de nudge em ação. Será que você teria se lembrado de pedir para colocar o CPF na nota, se não tivesse recebido esse empurrãozinho?
Estudo publicado por Daniel Fernandes, John G. Lynch Jr. e Richard G. Netemeyer em 2014 na revista Management Science mostrou que iniciativas de educação financeira genéricas não têm efeitos expressivos sobre os comportamentos financeiros dos adultos, especialmente na baixa renda.
Os pesquisadores sugerem que o que realmente pode fazer a diferença são ações de educação financeira personalizadas e apresentadas no momento em que a pessoa precisa tomar a sua decisão. Esse racional está bastante relacionado ao que estamos construindo na Quansa.
Um levantamento recente que fizemos com alguns dos nossos clientes comprovou o poder que essas ações de educação financeira personalizadas podem ter na vida das pessoas quando elas mais precisam de apoio.
Fizemos um diagnóstico dos colaboradores das empresas que contrataram a Quansa e descobrimos que:
Depois de dois meses usando a Quansa, já conseguimos identificar as primeiras mudanças de comportamento, que é o grande desafio de qualquer ação de educação financeira. Entre as pessoas que não tinham reserva financeira, 58,3% começaram a construí-la, com ajuda da nossa micro-poupança automática.
No grupo que tinha dívidas muito caras, 50% pararam de entrar no cheque especial depois de começarem a usar o salário flexível. E entre as pessoas que não controlavam os gastos, 33,3% reverteram essa situação e passaram a organizar seu orçamento com a nossa orientação financeira especializada.
Desenvolvemos todas essas soluções com um objetivo claro: diminuir a fricção e a resistência, tipicamente humanas, que atrapalham a tomada de decisões financeiras que são difíceis no presente, mas trazem benefícios no futuro. Assim como na medicina, acreditamos que essa é a melhor forma de cuidar da saúde financeira dos seus colaboradores. Tanto no curto, quanto no longo prazo. Vamos juntos?